– Também fico pensando – disse
Frodo. – Mas não sei. E é assim que acontece com uma história de verdade. Pegue
qualquer uma de que você goste. Você pode saber, ou supor, que tipo de história
é, com final triste ou final feliz, mas as pessoas que fazem parte dela não
sabem.
— O Senhor dos Anéis – As Duas
Torres. J.R.R. Tolkien.
AVISO:
Este post tem muitos trechos de livros. Pode causar overdose.
Para quem não conhece Senhor dos Anéis, nunca leu nenhum
livro ou assistiu algum dos filmes aqui vai um pequeno resumo. Frodo recebe a
difícil missão de levar o Um Anel (um objeto poderoso e maligno que tem poder
de controle) para ser destruído em Mordor, terra do inimigo Sauron. Durante sua
jornada ele recebe a ajuda de seu fiel amigo Samwise, ou Sam. Nesta parte do
livro eles estão num dos trechos mais difíceis de sua jornada e estão se
perguntando se algum dia eles voltarão para casa, em que tipo de história eles estão
uma com final feliz ou não?
Este trecho é lindo e me faz cair em
lágrimas. É quase impossível não se relacionar com a história e perguntar a si
mesmo: Estou numa história com final feliz ou com um final triste e trágico?
Será que algum dia irei voltar pra casa?
Alguns dias nós temos quase certeza
que estamos numa história triste, com um final trágico. Nestes dias a jornada
parece ser muito dura e impossível de continuar. Estamos sozinhos. Com medo.
Fome.
Os dias são cada vez mais escuros no
caminho que leva para Mordor. Não tem luz, vida, nem musgo cresce por perto.
A nossa vida comum parece insuportável. A vida cristã nem se
fala, pode parecer impossível, muito extrema e radical. Será que algum dia eu
vou voltar pra Casa do Pai?
A via cristã é diferente: é
mais difícil e é mais fácil. Cristo diz: “Quero tudo que é seu. Não quero uma
parte do seu tempo, uma parte do seu dinheiro e uma parte do seu trabalho:
quero você. Não vim para atormentar o seu ser natural, vim para mata-lo. As
meias-medidas não me bastam. Não quero cortar um ramo aqui e outro ali; quero
abater a árvore inteira. Não quero raspar, revestir ou obturar o dente; quero
arrancá-lo. Entregue-me todo o seu ser natural, não só os desejos que lhe
parecem maus, mas também os que se afiguram inocentes – o aparato inteiro. Em
lugar dele, dar-lhe-ei um ser novo. Na verdade, dar-lhe-ei a mim mesmo: o que é
meu se tornará seu.”
— Cristianismo Puro e Simples. C.S.
Lewis.
Ele exige
tudo. E como nós podemos obedecer? Por onde começar? Estamos sujos e com medo,
como vamos encontrar o caminho pra ele?
E ele o fará. Você leu isso? Ele o fará. Só precisamos
entregar nossos caminhos.
Eu achava que andávamos por
caminhos, mas parece que não os há. O próprio ato de andar faz o caminho.
— Perelandra. C. S. Lewis.
Não quero divagar muito mais. Porém
no livro O Peregrino de John Bunyan tem um belo trecho onde os personagens
Cristão e Esperança conversam sobre como eles se encontraram na jornada para a
Cidade Celestial. Vou deixar este trecho aqui para terminar.
Esperança: Não o vi com os
olhos do corpo, mas com os do entendimento (Ef 1:18-19). Foi assim: certo dia
eu estava tristíssimo, mais triste, me parece, do que jamais estivera em tempo
algum, sendo causada esta tristeza por uma nova revelação da magnitude e vileza
de meus pecados, —
e, quando eu não esperava senão o inferno e a eterna condenação da minha alma,
pareceu-me ver, de repente, o Senhor Jesus, olhando-me do céu, dizendo-me: “Crê
no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” (At 16:31). Mas, Senhor — repliquei eu —
sou um grande pecador, muito grande; e Ele respondeu-me: — “Basta-te a minha
graça” (2 Cr 12:9). — Tornei-lhe eu: Mas o que é crer? E reconheci, por aquelas
palavras, “O que vem a mim nunca terá fome, e o que crê
em mim nunca terá sede” (Jo 6:35), que crer e ir era tudo a mesma coisa, e que
aquele que vai, isto é, aquele que corre em seu coração e em seus afetos, pela
salvação em Cristo, é o que realmente crê em Cristo. Umedeceram-se os meus
olhos de lágrimas, e continuei a perguntar: — Mas, Senhor, pode, na verdade, um
pecador tão grande com eu sou, ser aceito e salvo por ti? — E ele respondeu: —
“Aquele que vem a mim, não o lançarei fora” (Jo 6:37). E eu disse: — Mas,
Senhor, que ideia hei de eu fazer a teu respeito, ao chegar-me a ti, para que
minha fé seja perfeita? — E ele disse: — “Jesus Cristo veio ao mundo para
salvar os pecadores” (1 Tm 1:15). De onde concluí que devo achar a justiça em
sua pessoa, e a paga dos meus pecados no seu sangue; que o que Ele fez,
obedecendo a Lei do seu Pai, e submetendo-se a penalidade dessa lei, só o fez
por aqueles que aceitaram a sua salvação e lhe agradeceram. Então, o meu
coração encheu-se de alegria, os meus olhos de lágrimas, e os meus afetos
expandiram-se em amor ao nome, ao povo aos caminhos de Jesus Cristo.
Cristão: Isso foi, na verdade,
uma revelação de Cristo à tua alma.
— O Peregrino. John Bunyan.
Mariana
Santana
A querida e
adorável Allana pediu que eu escrevesse um texto para comemorar os 2 anos do
blog (PARABÉNS PESSOAL!!! uhuulll *comemora* *solta fogos*) então estou aqui.
Se quiser conversar sobre a vida, o universo e tudo mais: twitter.com/marianaoutra
Amem o Senhor seu Deus e
amem-se uns aos outros. Amem-se uns aos outros como eles os ama. Amem com
força, propósito e paixão, não importa o que surja contra vocês. Não fraquejem.
Enfrentem a escuridão e amem. Esse é o caminho de volta para o Éden. Esse é o
caminho de volta para a vida.
— Amor de Redenção. Francine
Rivers.
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